Assim como no artigo anterior sobre sinistralidade, vou continuar a abordar outras ações importantes para criação do nosso plano de cultura de segurança para frotas e condutores. E temos que começar por nós mesmos, todos nós, sem exceção! Pois precisamos, com urgência, criar uma cultura de segurança rodoviária.
Geralmente, associamos nossos deslizes no trânsito à atitudes provocadas por terceiros, que nos afetam direta ou indiretamente, podendo causar acidentes.
Mas será que isso é verdade?
Na circulação rodoviária não existem posições fixas. Às vezes somos pedestres, mas em outras situações, podemos ser passageiros ou condutores.
Com base na legislação rodoviária, o condutor de veículos automóveis deve assumir posturas que evitem prejudicar o fluxo de trânsito, os outros condutores e os pedestres. Deve-se levar em conta a segurança de todos e não apenas a individual.
Por isso, independente da posição que assumimos no trânsito, é preciso ter cuidado e prestar atenção em todos os outros usuários das vias.
Saber compartilhar o espaço viário por onde circulamos, é uma obrigação nossa. E isso envolve várias atitudes que precisamos adotar em nosso dia a dia. Demonstrar nossas intenções aos outros motoristas, não surpreender, antecipar os movimentos dos outros condutores, dirigir de acordo com o seu veículo, enfim, todas essas medidas são de suma importância. veja alguns exemplos práticos:
> Diminuir a velocidade ao aproximar-se de uma faixa de pedestres é uma atitude de respeito com eles, permitindo que se sintam seguros na travessia.
> Qualquer ultrapassagem deve ser realizada com o máximo cuidado. O condutor deve certificar-se que consegue fazê-la em segurança, evitando acidentes.
> Mantenha a calma! Perder a paciência por qualquer deslize cometido por outro condutor (muitas vezes com pouca prática de condução) é um comportamento inadequado para a manutenção de um trânsito pacífico.
A direção defensiva, é uma atitude que contribui significativamente para a diminuição da sinistralidade rodoviária. Aliando o conhecimento técnico ao bom senso, podemos alertar os outros motoristas da nossa presença, ou evitar mais danos a acidentes que já aconteceram.
Veículos pesados
Os condutores de veículos pesados têm, pela sua formação profissional e pela dimensão de seus veículos, uma responsabilidade acrescida. É essencial uma atenção maior em pontos cegos (em especial no caso dos pedestres e motociclistas) e uma atitude de colaboração para facilitar a circulação dos demais veículos.
Ciclistas e motociclistas
Apesar de não utilizarem veículos motorizados, os ciclistas também fazem parte do trânsito e, dessa forma, possuem responsabilidades éticas de circulação. Para eles, é fundamental o uso de equipamentos de segurança, como o capacete e serem bem visíveis no trânsito.
Manter-se sempre atento é importante pois, mais do que os motociclistas, os ciclistas estão muito expostos no trânsito.
Outra atitude importante é usar as ciclovias quando existirem, pois circular entre veículos oferece riscos ao ciclista, enquanto circular nas calçadas pode ser perigoso aos pedestres.
Sinalizar antecipadamente e de forma bem visível as mudanças de direção é fundamental.
Os motociclistas devem circular na via com todo o cuidado, pois são eles os mais vulneráveis em caso de acidente envolvendo veículos.
Pedestres
Os pedestres exercem um papel muito importante para a manutenção da segurança nas ruas. Todos, em algum momento, somos pedestres, sendo assim, necessário que respeitemos as regras previstas nesta situação.
Atravessar a rua sempre na faixa de pedestres, em linha reta e não na diagonal, reduz consideravelmente os riscos de atropelamento. Mesmo quando há indicação para atravessar, o pedestre deve certificar-se de que realmente é possível fazê-lo em segurança.
Como disse no início, todos somos responsáveis pela segurança rodoviária.
O respeito mútuo entre todos é indispensável. Aumentar a segurança no tráfego, fará da via pública um lugar mais agradável.
Um gesto simples, que está nas mãos de todos nós!
Com longa carreira profissional nos transportes, na gestão de frota e na segurança rodoviária, ele atuou em diversos projetos nestas áreas, incluindo a racionalização de energia nos transportes e veículos com combustíveis alternativos. Além disso, coordenei o projeto europeu FREVUE nos CTT (de veículos elétricos de carga em logística urbana financiado pela UE). José Guilherme foi premiado duas vezes pelo PARAR Awards: em 2017, que reconheceu o excelente trabalho com a frota que realizava nos Correios de Portugal; e em 2019, na categoria “Gestor com Propósito”. Atualmente, José Guilherme é responsável pela Segurança Rodoviária e Racionalização de Energia da Frota dos CTT (os Correios de Portugal).
José Fernando Guilherme
(diretamente de Lisboa, Portugal)