Mulheres à frente de frotas de grandes empresas compartilham suas histórias.
“Mulher no volante, perigo constante”, quem nunca ouviu essa frase em uma roda de conversa? Hoje em dia, esse tipo de ideia tem cada vez menos espaço na sociedade e nas empresas, mas ainda há muito o que evoluir.
Os dados da Senatran (Secretaria Nacional de Trânsito), mostram que apenas 35% das CNHs ativas no Brasil são de mulheres. O número é bastante tímido se considerarmos o fato de que, segundo o IBGE, as mulheres representavam 51,1% da população do país.
Ao mesmo tempo que as mulheres brasileiras são as menos habilitadas também são elas as responsáveis pelo menor índice de acidentes no trânsito, enquanto também são 80% das pessoas com medo de dirigir.
Gestoras de frota
Em um país como o Brasil, onde mais de 57 milhões de mulheres não são habilitadas, pensar em mulheres qualificadas à frente do comando de frotas de grandes empresas representa uma evolução no cenário geral e também dentro do contexto da gestão de frotas.
O time de conteúdo do PARAR conversou com Ana Wolff, Coordenadora Nacional de Frotas na Heineken Brasil, Danielle Rocha, Gerente Nacional de Frotas dos Correios e Luine Freitas, Analista de Frota no Grupo Energisa.
Mulheres no comando de frotas e da própria história
Mãe de pet, esposa do Thiago e filha de Maria Dirce e José Carlos, Ana Wolff é Coordenadora Nacional de Frotas na Heineken Brasil. São mais de 20 anos de experiência na área e grandes aprendizados.
Ana tem como sua principal inspiração, o pai. “Sou uma mulher forte, corajosa e destemida, características que herdei do exemplo inspirador de meu pai, um caminhoneiro que desbravou o mundo para criar seus três filhos”, afirma.
Motivada pelo potencial de tornar a vida das pessoas melhor, Ana tem como um dos seus propósitos encorajar e mostrar a todas as mulheres que sonham em liderar frotas que é possível.
Luine Freitas, Analista de Frota no Grupo Energisa e ex-aluna do PGF do Instituto PARAR, tem 12 anos de experiência no setor, mas sua paixão por mobilidade e frotas começou muito antes da entrada no mercado de trabalho.
“Sou filha de caminhoneiro e minha paixão por mobilidade vem desde muito cedo. Eu percebi verdadeiramente minha vocação quando eu entendi que poderia profissionalizar minha paixão, já fiz o PGF e sempre fui fascinada por tecnologia. Minha mãe brinca que quando criança, um dos primeiros presentes que pedi foi um computador”, comenta.
Inspirada por outras mulheres no setor, Luine uniu a paixão por mobilidade com a afinidade com tecnologia e inovação e desde então vem se aprimorando e buscando qualificação. “Hoje em dia, eu vejo que a gestão de mobilidade e frotas vem se tornando cada vez mais estratégica e tecnológica. Um ponto importante que eu gostaria de enfatizar para as mulheres que desejam ingressar nesse segmento é que independente do cargo que você ocupa, é importante continuar estudando e se profissionalizando”, pontua a profissional de frotas do grupo Energisa.
Responsável por uma frota de 26 mil veículos, líder direta de 15 colaboradores, além de 400 profissionais responsáveis por frotas indiretamente espalhados por mais de 5 mil municípios do Brasil, Danielle Rocha é mãe, esposa e gerente nacional de frotas dos Correios.
“Com uma carreira consolidada na gestão de frotas, acumulo 18 anos de experiência na área. Minha autenticidade, empatia e positividade são marcas registradas em minhas atividades diárias. Valorizo profundamente aquilo que me apaixona e minha paixão pela frota é evidente. Acredito que nós, mulheres, possuímos uma força interior inigualável capaz de superar desafios e alcançar todos os nossos sonhos. E com tudo isso, entendi que não basta cuidar tão somente das frotas e, sim, das pessoas”, afirma Danielle Rocha.
Contratações de mulheres
Dados do levantamento de tendências de empregabilidade 2024 da Gupy, demonstram que houve uma mudança no comportamento do mercado corporativo com uma maior e relevante presença do gênero feminino nas empresas em todos os recortes analisados.
Na gestão de frotas não é diferente, também segundo dados da Gupy, houve um aumento de 229% nas contratações de mulheres no setor logístico em 2022, representando que há espaço para elas, mas ainda há desafios.
O fato é que a presença feminina em todos os níveis e segmentos é uma realidade que tem avançado gradativamente, impulsionada pelo trabalho, currículo e alta qualidade de profissionais mulheres.
O Instituto PARAR há 12 anos vem se consolidando na posição de maior plataforma de conteúdo e educação para profissionais de frotas do Brasil. Ao viabilizar o acesso ao conhecimento e informação no setor, acreditamos contribuir com o aumento de mulheres à frente de frotas por todo o país e mundo.
