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O impacto social e econômico dos acidentes rodoviários

Impacto dos acidentes rodoviários

Recentemente, a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária de Portugal apresentou um estudo sobre o impacto social e econômico dos acidentes rodoviários no país.Os números são impressionantes e vale a pena conferir, mesmo se tratando de uma outra realidade.


Confira o estudo completo aqui

 

Em 2019 (ano base para do estudo) os acidentes rodoviários (com e sem vítimas) tiveram um custo estimado de mais de 6 mil milhões de euros (mais de 30 milhões de reais) o que representa mais de 3% do PIB nacional de Portugal.

 

Como é calculado neste estudo o custo econômico e social dos acidentes rodoviários:

  Custos relacionados com as vítimas levam em conta:

  • Custos Humanos
  • Perda de Produção
  • Custos Médicos
  • Outros

 

E custos relacionados com o acidente (veículo):

  • Danos à propriedade
  • Custos Administrativos 
  • Outros

custos para cada acidente

Proporção estimada de custos para cada acidente segundo o estudo

 

Estes números são tão gigantescos que é preciso fazer uma comparação para termos uma ideia melhor do que estamos a falar…

São semelhantes às verbas destinadas à educação ou quase 69% do orçamento das despesas em saúde em Portugal.

Em média, cada contribuinte português paga nos seus impostos 1200 euros anualmente para pagar as consequências da sinistralidade rodoviária.

Quantos hospitais e escolas seria possível construir se o custo da Sinistralidade Rodoviária fosse menor?

Há conceitos muito importantes como a perda de produção, a redução da expectativa de vida da vítima, que são muito superiores aos danos materiais e médicos.

Os custos médios calculados por vítima são:

  • Custo Médio por Vítima Mortal 3,05 M€
  • Custo Média por Ferido Grave 0,53 M€
  • Custo Médio por Ferido Leve 0,05 M€

 

E mesmo assim sabemos que há custos não identificados como todos os acidentes que não são declarados…

Acredito que no Brasil os números sejam gigantescos, não só pela dimensão do país mas também pela sinistralidade rodoviária verificada.

Estudos como este são importantes para alertar a opinião pública para a dimensão econômica e social deste problema de saúde pública. Só informados é que podemos assumir a responsabilidade de cada um e influenciar as decisões da sociedade, nas empresas e nas políticas públicas.

Quando dizemos que a segurança rodoviária é responsabilidade de todos também queremos assumir uma responsabilidade partilhada nas decisões coletivas, reivindicando ações e decisões a quem concebe e dimensiona o sistema rodoviário nas várias áreas.

Tenho a certeza que se aplicarmos os custos médios em cada empresa, chegamos a um custo total que certamente vai assustar…

Estamos em plena Década de Ação de Segurança Rodoviária 2021 – 2030. Os objetivos propostos (zero mortes e metade dos feridos até 2030) são ambiciosos e por isso é urgente trabalharmos de forma comprometida em todo o mundo, tanto no Brasil como em Portugal, seja na sociedade ou nas empresas.

 

José Fernando Guilherme

José Fernando Guilherme

Segurança Rodoviária e Eficiência Energética, CTT Correios de Portugal